A Zeno Rádio, como é popularmente conhecida no Brasil, é uma plataforma internacional que reúne milhares de emissoras de rádio online e ganhou destaque especialmente entre criadores independentes. Seu sucesso inicial foi impulsionado pela possibilidade de criar e gerenciar várias rádios em uma única conta, de forma gratuita e prática.
A plataforma oferecia espaço limitado para o envio de músicas e vinhetas, além de um player atrativo e estável, que se tornou um dos grandes diferenciais, conquistando produtores e ouvintes.
Contudo, recentemente, a Zeno surpreendeu seus usuários ao encerrar de vez o plano gratuito, que já havia sido limitado antes. Milhares de contas foram suspensas e emissoras ficaram fora do ar. Para retomar as transmissões, os criadores agora precisam contratar um plano pago — mensal ou anual — considerado salgado para o padrão brasileiro.
O impacto foi imediato. Diversas emissoras hospedadas na plataforma pararam de funcionar nos agregadores populares, como o Rádios Net, que contava com um número expressivo de rádios provenientes da Zeno.
Entre os afetados, está o Grupo GMK, um dos maiores conglomerados de mídia do Agreste pernambucano, que teve mais de 30 emissoras desativadas de forma simultânea. As rádios faziam parte da rede do grupo dentro da plataforma Ouça Agora, e estavam em plena atividade antes da suspensão.
Em nota, a Zeno justificou a decisão como uma medida para reduzir custos com infraestrutura:
“Uma seleção de contas legadas foi identificada como exigindo uma atualização porque o custo de operação dessas estações se tornou muito alto para continuarmos a apoiá-las. Essa decisão é baseada nos recursos do servidor que cada estação usa e não reflete a qualidade ou o valor de seu conteúdo.”
“Para reativar a estação, os usuários devem fazer login, ir na guia Planos e efetuar a assinatura. A emissora afetada será restaurada imediatamente assim que houver uma assinatura ativa.”
Com o fim das contas gratuitas, criadores de conteúdo agora se veem diante de um impasse: migrar para outras alternativas gratuitas — correndo o risco de enfrentar a mesma situação futuramente — pagar pela assinatura da Zeno — ou buscar empresas que ofereçam serviços mais acessíveis e com maior controle sobre as aplicações de rádio.
Enquanto isso, estima-se um prejuízo expressivo para criadores, agregadores e aplicativos de rádio, já que boa parte do catálogo disponível nessas plataformas era proveniente justamente da Zeno Rádio.
